BATALHA DE TITANS(da tv brasileira)
O que dizer de um seriado mexicano produzido nos anos 70, o qual os protagonistas e seus amigos são na verdade adultos, alguns de idade bem avançada, tentando fazer papel de crianças?! Agora me diga: Quem?! Quem em pleno estado de sanidade perfeita daria crédito para um programa desses?! Embora a descrição acima esteja péssima, tenho certeza que você, se ligasse a TV, e tivesse a oportunidade de ler a sinopse desse seriado antes de vê-lo, mudaria de canal na hora.
Pois bem, esse tal seriado fez tanto sucesso que ocasionou sua aconchegante instalação na TV brasileira a décadas, mais precisamente no canal 5 da SBT desde 1984. Emoldurou a infância e a juventude de milhões de brasileiros, como eu, deixando horas às tardes, certas vezes de manhã e até mesmo as noites mais prazerosas. Afinal, o que seria de nós e da TV sem o “Chaves” fincando suas garras de titânio em nossa história?
E o mais incrível, é que apesar de termos visto cada um dos episódios de todas as temporadas umas 10 vezes, ainda temos toda a disposição do mundo para repetir a mesma rotineira dose. Vemos novamente aquele episódio que depois de tanta repetição, decoramos até as falas dos personagens. Entramos numa espécie de circulo vicioso incessante que não nos permite sair de modo algum.
Quem não tem em sua mente o majestoso e peculiar choro do Chaves: “PIPIPIpipipipipipipipi....”, ou o choro penetrante da chiquinha:”HUÉ,HUÉ,huéhuéhuéhuéhué”, ou as aulas típicas de conhecimento geral do professor lingüiça...perdão, do professor Girafales, ou os tapas incontáveis da Dona Florinda no gentalha do Seu Madruga. Alias, que personagem fascinante esse Seu Madruga, poucos personagens da TV mundial estão a sua altura, afirmo com toda veemência que é meu preferido da série. Lembro de sua frase filosófica estampada na camisa do meu irmão mais velho:”Não existe trabalho difícil, o difícil é ter que trabalhar!” Um personagem altamente cômico com quesitos inigualáveis, que na minha opinião só perde em termos para o Homer Simpson.
Embora “Chaves”, o seriado, seja um símbolo clássico da nossa TV, que ainda perdura aos olhos de muitos telespectadores (essa palavra não faz lembrar o Silvio Santos?) cheio de bordões inesquecíveis que estão na boca de qualquer um e episódios igualmente memoráveis, pela primeira vez nesses 17 anos que existo, vejo um outro seriado que, embora tenha um estilo diferente, porém atendendo a mesma essência do objetivo: o da comédia, lazer, distração; cause o mesmo efeito a aquele que o assiste: O efeito da repetição, o circulo vicioso incessante que nos faz ver o mesmo episódio 10 vezes. E qual outro seriado, estaria referindo-me eu, se não o xodó da Record, o preferido do canal 10? Qual se não o “Todo Mundo Odeia O Chris”?!
Devo confessar que são adversários a altura, equicomparam-se perfeitamente. O problema é que não são adversários do tipo Homem Aranha - Duende Verde, Super Homem - Lex Luthor, Brasil-Argentina, Deus-Diabo, Assolan -Esponja de louça; não! Ambos são ótimos, ambos proporcionaram e, por incrível que pareça, ainda proporcionam cada vez que os vemos, incessantes risadas.
Mas afinal, qual a suma das sumas? Qual o resto dos restos? Afinal, qual é melhor? O clássico mexicano sobre um menino esfomeado que mora num barril, ou o “contemporâneo” americano sobre um outro menino que vive na década de 80 no Brooklyn e tem seu 1 dólar roubado diariamente?
É o luís o primo da mel,eu prefiro o cris por:luis
Os dois tratam com ironia as mazelas sofridas pelos personagens ocasionadas pela falta de dinheiro ou família.O que os torna engraçados é o fato de nos identificarmos com suas peraltisses e enrascadas.Ririamos tardes e tardes, ano após ano se pertencessemos à uma classe social elevada que não passa tardes brincando na rua, ou quando não tem pão come bolinhos de chuva?
O que vc disse ñ tem total fundamento. Pelo que eu sei, o Chris tem familia e não passa fome. Você levou em conta apenas o Chaves, o que é errôneo.
Embora sua colocação ñ tenha sido totalmente correta no contexto em questão, ela é correta qnd ampliamos o quadro e vêmos que esses programas se aproximam do público por focarem numa camada social a qual o público se sente identificado, devido o fato de estar introduzido nela. Mas isso é clichê, desde que os programas televisivos foram criados eles usam essa ferramenta, não por maldade, mas porque é necessário já que o objetivo deles é a audiência.
Eu disse "falta de familia OU dinheiro". o chris tem familia, mas os pais vivem economizando, cortando gastos,etc,e o chaves não tem nenhum...Eu pus uma pergunta- talvez retórica para alguns- em questão.Alguém que não viveu isso pode rir, mas irá entender como alguém que tem o fato intrinsecamente ligado as suas lembranças?
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